quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O rito das cinzas

No calendário cristão, seguido pelo catolicismo romano, a quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da quaresma, sendo esta uma palavra latina para se referir aos quarenta dias que antecedem à páscoa, excluindo os domingos.

Além de fazer parte do calendário litúrgico do catolicismo, este dia é um sim-bolismo da conversão, da fragilidade humana, representado pelas cinzas. Missas são realizadas por todo o vasto catolicismo brasileiro e os “fiéis” recebem uma espécie de sinal na testa, com as cinzas das mãos do padre, e guardam tal sinal até o fim do dia.

Trata-se de uma espécie de purificação das extravagâncias cometidas nos dias de carnaval servindo de preparação para as comemorações da morte e ressurreição de Cristo após os quarenta dias a contar da quarta-feira de cinzas.

A cinza fazia parte do ritual exterior de arrependimento presente no Antigo Testamento, quando eram colocadas na cabeça e, em algumas circunstâncias sentavam-se sobre elas como sinal de luto pelo pecado (Dn 9. 3; Jó 42. 6; Lm 2. 10; Jn 3. 6).

Entretanto, se houve arrependimento, deve existir abstinência ao pecado come-tido, porque é dito: “Se continuarmos a pecar deliberadamente depois de recebermos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados” (Hb 10. 26).

A essência da hipocrisia fica evidente quando o ritual é destituído do seu sig-nificado, à semelhança dos que se preocupam com o exterior do prato, quando por dentro está cheio de ganância, cobiça e sujidade (Mt 23. 25; Jd 1. 13). Na religiosidade romanista brasileira, o rito das cinzas assemelha-se ao coador dos fariseus que censurava o mosquito e deixava passar o camelo (Mt 23. 24).

Fiéis foliões engrossam as fileiras dos que recebem o sinal das cinzas, apenas para ficarem “purificados” para a libertinagem do próximo carnaval. É um rito vazio para gente vazia, procedente de uma vã religião, tentando encontrar lenitivo em guias cegos.

Mas o arrependimento proposto na Bíblia está cercado de uma ardente expectativa por aplacar a ira divina pelas ofensas cometidas, uma tentativa de agradar o Criador em palavras e obras, e um esforço perene para se desviar do pecado, andando em santidade até que cheguemos ao estado de glória. (Rev. Abner Carneiro).

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