quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Quando a prisão redunda em progresso

Durante sua prisão em Roma (cerca de 61 d. C), motivada pela pregação do evangelho, Paulo descreveu a utilidade de tal fato, ou seja, sua prisão serviu para que o nome de Cristo fosse conhecido entre os soldados do Imperador e, ainda entre todos os habitantes de Roma (Fp 1. 12-13).

Este é um modelo da ação de Deus mostrando propósito em situações que, aos o-lhos míopes dos homens, são impossíveis notar utilidade e resultado. Entretanto, assim como a prisão de Paulo, quem sabe se não fosse a prisão de John Bunyan (1628-1688), o escritor inglês do O peregrino, jamais teríamos uma novela da vida cristã envolvendo a batalha do crente no mundo, tão bem elaborada e edificante.

É curiosa a observação de que Paulo foi o responsável pela pregação em quase to-da a Europa de sua época. Um homem só, para uma mensagem que alcançaria um con-tinente inteiro. Entretanto, a maneira como encarava evangelização nos serve de inspi-ração. O apóstolo dos gentios assumiu que sua prisão e as intempéries que lhe acontece-ram serviram como ferramentas da providência (v. 12).

No moderno utilitarismo dilacerante, existe a tendência de classificar a postura de renúncia do apóstolo como exagero, porque não mais harmonizamos a contrariedade traduzida em prisões, perseguições, apedrejamento, sede, fome e resistência como re-curso divino na propagação da graça. Isto porque hoje se pregam o evangelho em estú-dios com ar-condicionado e, quando se propõem debater o crescimento da igreja, pro-movem-se encontros em hotéis cinco estrelas, com direito a sauna, academia de ginásti-ca, piscina térmica e cardápio variado. Obviamente, não que estas coisas sejam ilícitas em si, mas à medida que se valoriza a estrutura em demérito do real propósito da igreja, tende-se ao desprezo do método bíblico de evangelização.

Paulo, em segundo lugar, encarava evangelização a partir da premissa de que Cristo era mais importante do que sua própria vida. Não considerava sua vida preciosa para si mesmo, desde que o testemunho e o ministério da graça atingissem sua plenitude (At 20. 24). Estava consciente de que, apesar da sua prisão, a palavra não estava alge-mada (2 Tm 2. 9).

Num Estado laico como o nosso é preciso refletir a liberdade de culto e de religião como aliados ou impeditivos à evangelização, posto que a natureza humana tende ao desprezo das grandes conquistas das liberdades coletivas e ao apego e identificação quando tais liberdades estão em risco (Rev. Abner Carneiro).

Um comentário:

  1. Rafael. Ânimo! Estava esperando o artigo deste domingo sair no blog. Mantenha-o sempre atualizado. Com certeza, muitas gente pode ser beneficiada. ABraços!

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